sexta-feira, 20 de maio de 2011

Educação Pública no Rio de Janeiro e no Brasil


Saudações Geográficas aqui da Cidade Maravilhosa de São Jorge, O Guerreiro e de São Sebastião do Rio de Janeiro,
A defasagem idade/série cursada é apenas uma das questões estruturais que assolam a qualidade na Educação Pública do Estado e do Município do Rio de Janeiro.
Na Rede Municipal essa defasagem foi empurrada pra frente através de várias mudanças no processo de avaliação dos alunos que culminou na famigerada e repudiada "aprovação automática", mecanismo nefasto que a atual gestão disse que revogou mas que na prática ainda está bem longe de ser equacionada.
A Rede Estadual, que recebeu os alunos da Rede Municipal, não teve outra alternativa (já que as condições de trabalho, a despeito do aporte de recursos tecnológicos ter ocorrido, serem as piores possíveis - salvo algumas exceções, notadamente no interior do Estado) que "reter" esses alunos ao longo do curso do Ensino Médio regular (três anos). Alguns alunos chegavam no primeiro ano sem saber que deveriam fazer prova. Não sabiam ler enunciados e não tinham o hábito para a realização de exames e testes. Acreditem, pois trabalho nessas redes há mais de 20 anos (em sala de aula).
Recentemente o vídeo da Professora Amanda (Rio Grande do Norte) ganhou espaço na mídia porque foi postado no Youtube. Aí está um belo exemplo de como as Redes Sociais poderão fazer a diferença para interferirmos na pauta da grande mídia. A educação pública no Rio de Janeiro vai muito mal. Enquanto a questão salarial não for devidamente valorizada e essa valorização se traduzir em recomposição salarial urgente ainda teremos que conviver com esses indicadores absurdos de baixa qualidade. Não se faz educação pública de qualidade sem valorizar o Professor. Não se valoriza, profissionalmente, ninguem sem um salário digno e atrativo.
O Governador, em segundo mandato, e o Prefeito da riquíssima Cidade da Copa e das Olimpíadas, fingem que não sabem disso e tentam fazer omelete sem quebrar os ovos. Enganam a população e os Professores(as) com falsas promessas travestidas de gratificações por desempenho que, além de injustas e inócuas, são migalhas nomeadas de 14 ou 15 (rs rs rs) salários. Uma lástima, um descaso com Profissionais que estão levando a Educação "nas costas", no peito e na dedicação.
Por que será que a Educação Pública no Estado e na Cidade do Rio de Janeiro vão tão mal? Será que não há ligação entre as duas redes? Vejam os dados do IBGE para a população da Região Metropolitana do Rio e vocês poderão perceber o "peso" da Rede Municipal nos indicadores da Educação desse Estado.
Para acrescentar um pitaco a mais na questão salarial, um ponto pouco falado é o do Plano de Carreira ou Plano de Cargos e Salários. A rede municipal (Cidade do Rio de Janeiro) tem um dos PCS mais extorsivos do Brasil. Talvez o pior de todos (não conheço os PCS de outras redes). Aqui, são apenas três níveis e um Professor com vinte anos de carreira ganha um pouco mais do que um iniciante e nunca mais muda de patamar até a sua aposentadoria. Mais uma herança maldita do Cesár Maia que o atual Prefeito apoiou e que agora ainda tem a covardia de propor o fim da paridade entre ativos e inativos (proposta enviada à nossa Câmara de Vereadores que acaba de comprar e devolver dezenas de carros super top de linha para os seus vereadores tão carentes de recursos financeiros). Interessante que esses carros nem fabricados no Estado do Rio de Janeiro eram. Ou seja, nossos vereadores não entendem nada de economia ou não estão preocupados com a geração de emprego e renda no nosso Estado - Cidade.
A nossa Assembléia Legislativa (Professores Estaduais) conseguiu então aprovar a apresentação de dados da Educação Fluminense por parte do Governo do Estado. Céus, até parece que eles estão muito interessados em resolver a nossa questão salarial. Não, não estão nada preocupados com isso. Semana passada realizamos mais uma paralização com audiência com o Governo do Estado intermediada por integrantes da Casa Legislativa. O Governo apresentou a sua proposta: NÃO TEM PROPOSTA DE REAJUSTE SALARIAL PARA A CATEGORIA. Lembrem-se: é uma continuidade do Governo anterior. Como não tem proposta? Nos últimos vinte anos tivemos mais de vinte Secretários de Educação no Governo do Estado do Rio de Janeiro.
Na Rede Municipal estamos na expectativa da informação referente ao único dígito do nosso reajuste salarial. Como sempre aquém da inflação e muito distante de qualquer projeto sério de valorização do Professore dentro uma política séria de promoção ou resgate da qualidade na Educação Pública.
Tudo isso no Estado e na Cidade do Rio de Janeiro, "purgatório da beleza e do caos do Brasil".
Saudações,
Prof. Marcos Bassolli

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