sexta-feira, 6 de maio de 2011

Asteróide vai passar perto da Terra entre 08 e 09 de novembro

http://neo.jpl.nasa.gov/images/2005_YU55_approach_movie.gif

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Depoimento de ex-aluno

"Era um colégio público em que os professores não faltavam à toa, tudo funcionava a contento. Havia refeitório, lanche, aula de educação física e mestres maravilhosos. E uma modernidade arquitetônica: não tinha escadas, tinha rampas.

D. Maria Inês era uma verdadeira rainha, no porte e na linha dura. Professora de português sisuda, mas de uma cultura incrível, que ela passava como quem não quer nada, para aqueles adolescentes suburbanos de classe média baixa, mas de mente aberta para o novo. Foi assim que entramos no mundo de Eça de Queiroz, Alexandre Herculano, José de Alencar, Machado de Assis e muitos outros.

Nosso livro de cabeceira (ops), de carteira, era o Roteiro Literário do Brasil e Portugal, de Álvaro Lins e Aurélio Buarque de Holanda.
E ela cuidava de jogar em cima da gente, de vez em quando, coisas sofisticadas, quando nos fez encenar uma história de Hans Christian Andersen – “A Sereiazinha”, com música de Debussy –L’aprés-midi d’un Faune” e bonecos confeccionados em papier machê, pelos alunos. A gente ficava uma arara, com ela, por exigir tanto, mas no fim do curso foi a escolhida como paraninfa da turma.
Professor Abelardo emocionava-se quando alguém lia de maneira impecável uma passagem de sua disciplina, História, premiando o leitor com uma nota 10.
Padre Félix era o mestre de Latim e, entre outros ablativos, nos fez conhecer as maravilhosas fábulas de Fedro, a versão romana de “Esopo”.
Havia ainda o Astrogildo, de Ciências; D. Zuleide, de Geografia, D. Maria José Limoges, de Inglês (num final de ano ela me deu um livro com peças de Shakespeare); professor Jair, de Matemática; professor Oswaldo, de Francês, que colocava “La Vie en Rose” pra gente ouvir. E muitos outros tão bons quanto estes citados.

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Alunas e Prof. Astrogildo - 1959


O Clovis Monteiro tinha ainda um terreno enorme, cheio de árvores, algum capim, ar fresco circulando e uns flamboyants escandalosamente lindos. Era um colégio ecologicamente correto e a gente não sabia.
Por tudo isso, nossa turma do ginásio, que se formou em 1959, foi privilegiada. Dela saíram professores, jornalista, designers, advogados (defensores públicos), publicitário, escritor, sociólogo, empresários e até um capitão de mar-e-guerra, entre outras profissões dignas.

Naquele tempo, no Clóvis Monteiro, a escola era risonha e franca! "

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Missa de Formatura - Turma de 1959

Esse depoimento foi obtido através de uma postagem, em comentários, de uma ex-aluna. O comentário original está num blog que, naturalmente, publicamos abaixo como referência bibliográfica:

http://rioquemoranomar.blogspot.com/2009/09/outros-tempos-de-escolas.html 

Agradecemos outras contribuições que ajudem a resgatar a nossa história de qualidade na Educação Pública do Estado do Rio de Janeiro. Prof. Marcos Bassolli

quinta-feira, 28 de abril de 2011

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Poluição visual e [des]ordem urbana

 

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A Cinelândia, paisagem cultural da Cidade, não merece esse tipo de tratamento por parte do poder público.

Maketing errado na Cidade do Rio de Janeiro

 

P1020197 A galera que pensa o marketing há de concordar que esse tipo de projeto, no local onde se encontra, é grotesco. Poluição visual patrocidana pelo Governo do Estado do Rio de Janeiro. Nosso Governador tá deixando passar ou não está sendo bem assessorado?

Poluição visual na Cidade do Rio de Janeiro

 

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A questão da poluição visual é muito importante e na Cidade do Rio de Janeiro ela é ainda mais complexa pois nossa Cidade possui belezas e preciosidades no seu acervo de paisagens culturais e naturais, geográficas portanto.

As ações do Poder Público, notadamente através das manifestações e reclamações dos que aqui vivem e trabalham, direcionam-se quase sempre no sentido da proteção e da coibição da propaganda que impessa o nosso olhar para a paisagem.

Nosso Governador e Prefeito, atentos à essa questão da poluição visual, estão deixando escapar do controle certas aberrações como a da foto. O que você acha dessa questão da poluição visual na nossa Cidade? Você tem algum depoimento sobre essa questão? Você conhece outros tipos de poluição na nossa Cidade e no mundo? E no Japão, qual é o tipo de poluição que mais vem preocupando a sua sociedade?

Sede do antigo DOPS

 

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Rua do Lavradio com Avenida Henrique Valadares, Centro da Cidade, local do temido DOPS – Departamento de Ordem Política e Social. A placa diz que será um Museu da Pólícia Civil – será que não podia ser um Museu da HIstória Política do nosso país. O que a Polícia Civil tem pra mostrar num Museu? Por que um prédio tão importante na nossa história está no estado em que se encontra? Com as respostas: o Prefeito e o Governador.

Catedral Metropolitana

 

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Avenida Chile, Catedral Metropolitana da Cidade do Rio de Janeiro.

Lixo no Centro da Cidade

 

P1020178No Centro da Cidade a Comlurb não passa, não varre e não limpa. A foto é na Avenida Chile na calçada que leva à Catedral Metropolitana da nossa Cidade. Qualquer cidadão que anda pelo centro da nossa Cidade pode constatar o abandono e a sujeira.

Avenida Chile–Centro do Rio

 

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Contrastando com a feiura da fachada do Cordão da Bola Preta a Avenida Chile mostra, até na sua iluminação pública de luz branca, que é possível uma Cidade limpa e bonita.

Cordão da Bola Preta - vexame

 

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Será que o pessoal da Diretoria do simpático bloco não tem consciência e vontade política para contratar um arquiteto e arrumar a fachada da sua nova sede? Esse monumento ao mal gosto emporcalha a nossa Cidade, justo onde ela mais precisa de atenção e zêlo, o Centro da Cidade. A prefeitura, ah, essa finge nada ver ou será que o nosso prefeito só pensa nas Escolas de Samba do grupo especial?

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Análise Socrática dos Tempos Atuais

Frei Beto

Frei Beto

Encontrei Daniela, 10 anos, no elevador, às nove da manhã, e perguntei: 'Não foi à aula?' Ela respondeu: 'Não, tenho aula à tarde'. Comemorei: 'Que bom então de manhã você pode brincar e dormir até mais tarde'. 'Não', retrucou ela, 'tenho tanta coisa de manhã...' 'Que tanta coisa?', perguntei. 'Aulas de inglês, de balé, de pintura, piscina', e começou a elencar seu programa de garota robotizada.

Fiquei pensando: 'Que pena, a Daniela não disse: 'Tenho aula de meditação!'

Estamos construindo super-homens e super-mulheres, totalmente equipados, mas emocionalmente infantilizados.

Uma progressista cidade do interior de São Paulo tinha, em 1960, seis livrarias e uma academia de ginástica; hoje, tem sessenta academias de ginástica e três livrarias! Não tenho nada contra malhar o corpo, mas me preocupo com a desproporção em relação à malhação do espírito.

Acho ótimo, vamos todos morrer esbeltos: 'Como estava o defunto?'. 'Olha uma maravilha, não tinha uma celulite!' Mas como fica a questão da subjetividade? Da espiritualidade? Da ociosidade amorosa?

A palavra hoje é 'entretenimento' ; domingo, então, é o dia nacional da imbecilização coletiva. Imbecil o apresentador, imbecil quem vai lá e se apresenta no palco, imbecil quem perde a tarde diante da tela.

Como a publicidade não consegue vender felicidade, passa a ilusão de que felicidade é o resultado da soma de prazeres: 'Se tomar este refrigerante, vestir este tênis,  usar esta camisa, comprar este carro, você chega lá!' O problema é que, em geral, não se chega! Quem cede desenvolve de tal maneira o desejo, que acaba  precisando de um analista. Ou de remédios. Quem resiste, aumenta a neurose.

O grande desafio é começar a ver o quanto é bom ser livre de todo esse condicionamento globalizante, neoliberal, consumista. Assim, pode-se viver melhor. Aliás, para uma boa saúde mental três requisitos são indispensáveis: amizades, auto-estima, ausência de estresse.

Há uma lógica religiosa no consumismo pós-moderno. Na Idade Média, as cidades adquiriam status construindo uma catedral; hoje, no Brasil, constrói-se um shopping Center. É curioso: a maioria dos shoppings centers tem linhas arquitetônicas de catedrais estilizadas; neles não se pode ir de qualquer maneira, é preciso vestir roupa de missa de domingo. E ali dentro sente-se uma sensação paradisíaca: não há mendigos, crianças de rua, sujeira pelas calçadas...

Entra-se naqueles claustros ao som do gregoriano pós-moderno, aquela musiquinha de esperar dentista. Observam-se os vários nichos, todas aquelas capelas com os veneráveis objetos de consumo, acolitados por belas sacerdotisas.

Quem pode comprar à vista, sente-se no reino dos céus. Se deve passar cheque pré-datado, pagar a crédito, entrar no cheque especial, sente-se no purgatório. Mas se não pode comprar, certamente vai se sentir no inferno... Felizmente, terminam todos na eucaristia pós-moderna, irmanados na mesma mesa, com o mesmo suco e o mesmo hamburger do Mc Donald...

Costumo advertir os balconistas que me cercam à porta das lojas: 'Estou apenas fazendo um passeio socrático.' Diante de seus olhares espantados, explico: 'Sócrates, filósofo grego, também gostava de descansar a cabeça percorrendo o centro comercial de Atenas. Quando vendedores como vocês o assediavam, ele respondia:

- "Estou apenas observando quanta coisa existe de que não preciso para ser feliz !"